Suas paredes eram escuras e nada permitiam ver, do teto não vinha luz, no chão misteriosos feixes azuis eram capazes de encantar a imaginação de quem os viam refletir dentre as brilhantes, ou por vezes até foscas, esferas. Pequenas bolas misteriosas, pouco se sabe o que elas escondem, o passado, o futuro, o presente, todos repousando lado a lado. Quem será o dono da coragem de desvendá-las? Quem poderá dizer o que vocês escondem? Que mistério há em suas histórias, ou será o pecado de suas glórias? Ou ainda os devaneios de suas derrotas? Lhes chamam de profecias, mas pouco permitem que mostrem, guardadas por tão grande zelo, por aqueles que seus nomes não dizem. O que reservam para o nosso mundo? A claridade na qual não vivem? Ou as trevas que alguns temem, outros desejam?

Não há como em mera prosa, definir o significado da sala de profecia, a luz azul, fraca, que nascia do chão nos levava a ver mistério ao refletir nas milhares de esferas, que contem o presente, o passado, o que foi dito, o que foi pensado. Histórias do mundo da magia, que foram contadas ou guardadas, de tudo há ali. O que jamais será dito, o que já foi escrito. Contida dentro do Departamento de Mistérios, são os inomináveis os únicos que possuem acesso àquela sala. E tal como seus nomes são desconhecidos, desconhecidos seguem os segredos que nos cercam, envolvidos no ar gélido, cultivado nas mentes férteis, amado, odiado, vivido, uma parte de cada bruxo do mundo está ali, intocada, inominável, jamais revelada.